terça-feira

SANTUÁRIO DE JACAREÍ - POSSO FALAR MAL DE UM PADRE?

POSSO FALAR MAL DE UM PADRE? Sabemos que a fofoca é um pecado gravíssimo, a ponto de São Bernardo dizer que os que fofocam possuem o demônio na língua, e os que ouvem o possuem nos ouvidos. Mas e quando a vítima da fofoca é um padre, bispo, e até mesmo o papa? SÃO JOÃO BOSCO diz que dos sacerdotes ou falar bem, ou nada dizer. O CATECISMO, no parágrafo 2477, diz que podemos ferir a reputação de alguém de três maneiras: 1. Juízo temerário: Admitir como verdadeiro, sem prova suficiente, um defeito moral do próximo. 2. Maledicência: Aquele que, sem motivo válido, revela os defeitos e faltas dos outros. 3 Calúnia: Aquele que, mentindo, prejudica a reputação dos outros e dá ocasião a falsos juízos a seu respeito. Agora imagine que tudo isso é AGRAVADO quando feito contra um padre. Motivo? Quando você fala mal de um sacerdote, é como se estivesse fofocando contra O PRÓPRIO CRISTO SÃO JOSEMARIA diz: "O sacerdote - seja quem for - é sempre outro Cristo." (Caminho 66) NO RITO DE SAGRAÇÃO de um bispo, há uma imprecação contra aqueles que falam mal: " Quem falar mal dele seja amaldiçoado; quem dele disser bem seja cumulado de bênçãos!" (Da cerimônia da Sagração Episcopal, em uso no Rito Tridentino). NA BÍBLIA vemos a maldição de Cam, que riu e zombou do seu pai Noé por lhe ver embriagado e despido (Gênesis 9,21-25). De forma semelhante agem aqueles que riem e escarnecem de um padre (que é nosso pai na fé) por seus pecados. SANTA CATARINA DE SIENA: "Eu sei muito bem que muitos se defendem ao declarar: "Eles são tão corruptos, e cometem todo tipo de mal!" Mas, Deus ordenou que mesmo se os padres, os pastores, e o Cristo-na-terra fossem demônios encarnados, deveríamos ser obedientes e sujeitos a eles, não por causa deles, mas por amor e por obediência a Deus." (SCS, p. 222.) SANTO TOMÁS DE AQUINO fala como podemos exortar um sacerdote que porventura caia em erro: "A correção que os súditos aplicarem aos prelados deve ser feita de modo congruente, não o corrigindo com protérvia e dureza, mas com mansidão e reverência." (Sum. Teol. II-II.ª, XXXIII, IV) Se um sacerdote faz algo errado, devemos o repreender? Sim, mas primeiro ocultamente e de forma reverente. Quantos, para expor o erro de um padre, usam de deboche, sarcasmo, irreverência, e até mesmo prazer em falar mal? Só nos é lícito corrigir um sacerdote publicamente quando seu erro pode causar um perigo iminente a fé. Exemplo: Um padre que pronunciasse publicamente que Cristo não é Deus. DE TODA FORMA nada justifica que se despreze, xingue, e falte o respeito com padres e bispos, o que tem se tornado muito comum nas redes sociais. " Que pouca delicadeza de espírito - e que falta de respeito - dirigir gracejos e zombarias ao Sacerdote - seja quem for - sob qualquer pretexto! esse gracejos ao Sacerdote, apesar de todas as circunstâncias que a ti te pareçam atenuantes, são sempre, pelo menos, uma grosseria, uma ordinarice." (Caminho 69-70. São Josemaria Escrivá) colaboração André Santos
Para Marquinhos


Photoshop SINAIS, Santuário das aparições de jacareí

LILIA MARIA DIZ EM SEU LIVRO

O Vidente Para que os fenômenos fossem percebidos como legítimos era preciso que o vidente também o fosse. Dessa forma, simultaneamente a modelagem das aparições foi sendo realizada a modelagem do vidente. Por isso a importância das características e valores do vidente, pois são elas que lhe atribuem raridade.
O vidente tem que ser percebido como dotado de valor e raridade para que possa transferir raridade e valor para seu produto – as suas visões. Desde o início das
manifestações alguns valores do vidente são destacados, como a humildade e a inocência – estes são dois valores importantes nos videntes de Nossa Senhora – sendo considerados atributos que demonstram que a pessoa foi um “escolhida” de Maria, ou seja, é um vidente legítimo.
Como sugere Bourdieu, para que um criador atribua raridade a um produto ele próprio tem de ser percebido como raro. É a raridade do criador que faz a raridade do produto. Ou seja, “produzindo a raridade do produtor que o campo da produção simbólica produz a raridade do produto” (1975:21). Assim, a excepcionalidade do vidente também deve ser produzida para que a aparição seja considerada verídica.
A figura central das aparições, além de Nossa Senhora, é o vidente – pessoa considerada “escolhida” pela Virgem para receber as suas mensagens. Como observado em relação ao Santuário, há também características do vidente que são importantes para a atribuição de legitimidade à aparição e ao próprio vidente. Analisando as falas dos participantes sobre Marcos constatamos que as características que eles ressaltam estão relacionadas à sua personalidade – de pessoa “humilde” e “inocente” – e a sua história de vida – marcada por sacrifícios e provações, e sem pecados. Assim, para o vidente ser considerado legítimo – e não um farsante, mentiroso, charlatão, louco – ele deve convencer o público da veracidade do evento, sendo que a história de sua vida e suas características pessoais constituem parte importante desse processo de legitimação.

Estes elementos – a história do vidente e sua personalidade - também são levados em conta no processo de reconhecimento da Igreja. A história de vida é significativa antes, durante e após os eventos. Antes, porque ele deve demonstrar possuir os valores que levaram a Virgem a “escolher” aquele indivíduo, sendo que a “humildade” e a “inocência” do vidente são importantes. Durante porque o vidente deve provar sua sanidade mental – são visões, e não alucinações – e seu não charlatanismo – pela ausência de interesses financeiros. Após, pelo chamado “testemunho de vida”, ou seja, o vidente deve ter uma postura considerada correta pela Igreja, demonstrando a presença do contato divino em sua pessoa por meio de uma conduta “exemplar”.
Nesse sentido, a aproximação com as aparições modernas é novamente notada, pois as características mencionadas são observadas nos videntes das aparições reconhecidas. Os atributos destacados de Marcos são semelhantes aos destacados nos videntes do final do século XIX e início do século XX. Devemos, pois, analisar cada uma destas características importantes para a excepcionalidade do vidente frente aos devotos e à instituição.

A) A Inocência e a Humildade

A “humildade” e a “inocência” de Marcos Tadeu são duas características constantemente reiteradas pelos participantes. A humildade é demonstrada, para eles, pela sua situação econômica – sendo originário das camadas populares – e pelo fato de não possuir um grau elevado de educação formal, especialmente no momento da primeira aparição de Nossa Senhora.
A “inocência” também está relacionada a pouca educação formal do vidente durante as primeiras manifestações, bem como a sua juventude neste período – ele tinha treze anos em 1991, quando ocorreram as primeiras visões – sendo ambas consideradas como “provas” da sua inocência, ou seja, de sua incapacidade em manipular ou inventar as aparições.

Estas duas características – a inocência e a humildade – são consideradas importantes para a “escolha” feita por Nossa Senhora. Na percepção dos devotos, Marcos era um jovem comum, pobre, humilde, inocente, e justamente por ser tão comum, por possuir as mesmas características que vários outros adolescentes da sua idade – sem possuir nada de “especial”, nada que o colocasse em destaque – ele é escolhido por Maria para ser o intermediário de suas mensagens.
Ou seja, a excepcionalidade do vidente se funda justamente em não ter nada de especial, em ser mais um jovem pobre e sem instrução. No entanto, é um jovem pobre e humilde que aceita a missão de divulgar as mensagens transmitidas pela Virgem, e todas as provações, sacrifícios e perseguições conseqüentes desta tarefa. Assim, apesar das características que o enquadram como “mais um”, sem nada de especial, a perseverança e fortaleza do vidente em cumprir a sua missão são também destacadas.
Os traços de personalidade de Marcos – humildade e inocência, mas acompanhadas da fortaleza e perseverança, fundamentais para que divulgue as mensagens de Maria - nos remetem à outra vidente mariana, já canonizada: Santa Bernadette, a vidente de Lourdes. Segundo Ruth Harris, a simplicidade e a pobreza de Bernadette são essenciais para o seu reconhecimento pelo povo. Em suas palavras “sa simplicité, son regarde direct, son patois faisaient partie integrante du message de notre dame de Lourdes. En la choisissant, la Vierge avait distingué les pauvres et les ignorants.” (2001:195).

Entretanto, apesar da ignorância extrema de Bernadette – considerada prova de sua inocência –, ela era muito forte, tendo passado por várias provações – como xingamentos e desprezo por parte das autoridades locais e dos padres e bispos – mas persistindo em seu relato. Assim, como Bernadette, as virtudes destacadas de Marcos Tadeu estão relacionas a sua humildade e inocência. No entanto, também como a vidente de Lourdes, apesar de humilde, ele é forte, sendo capaz de superar as várias provações para persistir em sua fé.
Pobreza, simplicidade, juventude, inocência – todas estas características estão associadas aos videntes desde as aparições do final do século XIX. Em La Salette, Pontmain, Lourdes, Fátima, Garabandal e Medjugorje os videntes eram crianças ou adolescentes pobres, quase sempre pastores, que estavam em localidades isoladas pastoreando o gado. Os carismáticos presentes nos primeiros tempos das manifestações sabiam disso, bem como Marcos e os participantes do grupo de apoio o sabem atualmente. Assim, quando enfatizam estas características de Marcos Tadeu em seus relatos, destacam valores considerados importantes nos videntes reconhecidos, e que constituem a sua raridade. Ao destacarem os mesmos valores no jovem de Jacareí, estão demonstrando a sua raridade, que justifica o fato dele ter sido “escolhido” por Maria.

Além disso, estes valores dos videntes são muito semelhantes aos apresentados por Nossa Senhora durante a anunciação – momento em que ela é “escolhida” por Deus para gerar o seu filho. Por um lado, ela é retratada como muito jovem neste período, sendo de origem humilde. Por outro lado, esse é o momento em que ela diz sim ao Senhor, aceita o plano divino com todas as suas dores e sofrimentos.
De forma semelhante à Maria, os videntes são jovens e humildes no momento em que dizem sim à aparição, em que aceitam a missão de divulgar a mensagem da Virgem e se empenham em cumpri-la – como o sim de Nossa Senhora, o sim de Marcos também não representa a passividade, mas a atividade, a perseverança e a fortaleza em cumprir os desejos de Nossa Senhora mesmo diante das dificuldades enfrentadas. Além disso, assim como Maria, a jovem humilde escolhida pelo senhor, Marcos é apenas mais um, ele não se destaca, não aparenta ter nada de especial.
Marcos possui, pois, características pessoais semelhantes aos demais “mensageiros de Deus”, desde a mais iminente delas – Nossa Senhora – até os videntes marianos desde o século XIX. Isso permite que os peregrinos reconheçam nele traços de santidade, comprovando a sua raridade, fundamental para a produção da verdade da crença nas suas visões.

B) A vida de provações: a importância da perseverança

As provações pelas quais Marcos Tadeu teve de passar desde a sua infância são sempre destacadas nos depoimentos sobre a sua vida. O seguinte relato, presente no livro “Maria nas aparições de Jacareí” ilustra bastante bem a centralidade dada às dificuldades do vidente ao longo de sua vida. Este relato está no item “Maria escolhe um jovem”, dedicado à descrição de Marcos:

“Quando pequeno tinha um problema de sopro no coração. O pai, desde os quatro anos de Marcos, começou a beber, causando grande sofrimento para a família. Seu pai era um homem violento, e quando bebia chegava a bater nele e em sua mãe. Quando tinha de nove a dez anos o pai o abandonou, com a o irmão, sozinhos. Para que não passassem necessidade sua mãe trabalhou arduamente. Mesmo assim, nunca foi revoltado, nem teve dificuldades escolares, sempre tirando boas notas. Em 1986 teve sarampo e quase morreu, ficando quatro dias inconsciente”. (2000:11)

Podemos notar, nesta primeira parte da descrição da infância de Marcos, que apenas os sofrimentos e dificuldades passados pelo vidente e por sua família são relatados. O tom de provação persiste durante todo o item, valorizando mesmo dores aparentemente simples - como um pequeno problema no joelho. No livro mencionado, há dois momentos que relatam as provações: o primeiro deles menciona as provações passadas pelo jovem na infância, e o segundo momento os sacrifícios dedicados a Jesus, iniciados após as visões. Assim, qualquer pequeno transtorno vivenciado pelo vidente é relatado de forma a valorizá-lo como uma provação ou um sacrifício.
Além dos sofrimentos físicos, os relatos dos participantes também destacam as “perseguições”. Segundo eles, Marcos passou por “perseguições” de diferentes origens: pela diocese de São José dos Campos - que não considera a aparição verídica e submeteu o vidente a exames e entrevistas para constatar a sua sanidade mental -; por parte da população local “que falava mal e rejeitava as aparições. Como outrora em Belém, em que o povo da cidade não quis aceitar o Salvador e a Virgem Santíssima.”

(2000:35) – os moradores de Jacareí jamais aceitaram as manifestações, considerando Marcos como um farsante e interesseiro, em referência aos supostos benefícios financeiros obtidos por ele com as aparições -; por parte da mídia, que no auge dos

Cenáculos publicou matérias que indicavam o charlatanismo de Marcos e supostos benefícios financeiros retirados dos rituais -; por parte de grupos evangélicos, que empreenderam “ataques” ao vidente, por agressões verbais e ameaças físicas.

O relato da vida de Marcos destaca as provações, sacrifícios e perseguições passados por ele desde a sua infância até os dias de hoje. Este relato, elaborado pelos carismáticos envolvidos com as manifestações em seus primeiros anos, foca as dificuldades da vida do vidente, repetindo o padrão de relatos de vida de videntes.

A vida da vidente Bernadette, de Lourdes, é um relato de referência. Ela teve uma infância muito pobre e conturbada, marcada pela fome, e, depois, com as aparições foi humilhada pelos habitantes locais e por alguns representantes do clero, até o momento do reconhecimento, após o qual se recolhe em um convento. Porém, mesmo com o fim das “perseguições” e da pobreza extrema, sua saúde continuou muito frágil, levando-a ao falecimento precoce. A vida dos videntes de Fátima, três pastores, é também relatada como pobre e humilde, sendo repleta de “provações”, tanto que dois deles – Jacinta e Francisco – morrem ainda durante a infância.

Assim, a ênfase nos sofrimentos e na rejeição assemelha a história de vida de Marcos a de outros videntes marianos59. – inclusive pelo destaque a seus problemas de saúde, nunca muito graves, mas intensamente sublinhados, aproximando-os dos males físicos sofridos por outros mensageiros – de forma a legitimar sua veracidade. A ênfase nas provações e sacrifícios torna patente a proximidade entre a vida dos videntes, inclusive de Marcos Tadeu, e a vida de Jesus, pois ambas são marcadas por provações a serem superadas, sacrifícios corporais dedicados a Deus – Jesus passou pela dolorosa via crucis; Marcos sofreu dores físicas, doenças, internações, todas elas interpretadas como sacrifícios pedidos por Deus e realizados de bom grado pelo vidente – e perseguições por parte de diversos setores da população – foi o povo que condenou Jesus a crucificação, além de outras perseguições passadas por ele e os apóstolos durante sua vida, Marcos também destaca as várias perseguições sofridas desde o inicio das aparições.

A ênfase nos sofrimentos físicos de Marcos, em suas doenças, é uma maneira de comprovar a sua “santidade”, por meio da aproximação dos sofrimentos de Jesus e de outros videntes de Nossa Senhora. Assim, o relato da vida de Marcos Tadeu é
construído de forma a atribuir legitimidade e raridade ao vidente pela aproximação entre a sua vida e a vida de Cristo e de outros santos.

59 Apenas alguns episódios de felicidade e satisfação são narrados, como a sua visita aos Santuários Marianos europeus – Fátima, Lourdes e Medjugorje. Entretanto, mesmo os momentos felizes citados servem para atribuir legitimidade ao vidente, pois se referem à sua peregrinação aos Santuários Marianos de aparição mais visitados na contemporaneidade.
Tese de Doutorado – Os bastidores de Jacareí Aparição 
(Lilian Maria)  1991 á 2008
http://documents.scribd.com.s3.amazonaws.com/docs/6biaug7ygw5v4xv0.pdf 

































































































































































Mensagens secretas - livro Mensagens De Jesus, Maria E José Em Jacareí Aparições

Livro Mensagens De Jesus, Maria E José Em Jacareí Aparições
Tese de Doutorado – Os bastidores de Jacareí Aparição
(Lilian Maria) 1991 á 2008 descarregar
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O Segredo de Jacarei-Aparicao - Marcos Tadeu Teixeira Grupo-Asa Descarregar
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