Esse palhaço MENTIROSO chama se Marcos Tadeu. Um palhaço herege que te na tirar pessoas boas, porém , desorientadas da Santa igreja católica, excitando o ódio ao Santo padre o Papa Francisco e aos sacerdotes.
Graças a Deus e a Nossa Senhora que eu acordei. As aparições de Jacareí são FALSAS e esse PALHAÇO Marcos Tadeu é um herege amaldiçoado. Não tenho medo desse PALHAÇO. Ex seguidora
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O Vidente e a Comunidade: da
inconsistência ao isolamento
No momento em que a diocese e a
paróquia começam a “esclarecer” os participantes locais, realizando pregações e
palestras contra as aparições de Jacareí, demonstrando a sua incoerência com a
doutrina católica, o discurso da comunidade local, especialmente dos católicos,
também segue na mesma linha. Ou seja, os
Segundo o vidente, houve um
combate generalizado a suas visões, realizado por vários padres da região e
pelo bispo, que falavam contra elas em suas pregações. Não pudemos observar
este fato em outras paróquias da região, apenas em Jacareí e em São José dos
Campos, mas esta era uma fala recorrente de Marcos durante os Cenáculos,
acusando “os padres” de pregarem “contra Nossa Senhora”. De qualquer forma, o
combate a elas, por meio da desvinculação dos fenômenos reconhecidos foi a
estratégia usada pelo clero local.
moradores embasam sua descrença
na incoerência com a doutrina católica, especialmente na diferença em relação
às aparições reconhecidas de Nossa Senhora. O depoimento de Beth, católica
praticante da paróquia de Jacareí ilustra bem este ponto:
“Nós
começamos a perceber, a ver que aquilo que acontecia lá (no monte) nunca tinha
acontecido antes. Não era nem parecido com as outras aparições de Nossa
Senhora. Essa história de Jesus, de São José aparecerem, de falarem com o
vidente nunca aconteceu! Então a gente foi percebendo que não era verdade, que
nas aparições de Nossa Senhora não era assim.”
A inserção de elementos que
fugiam do padrão das aparições reconhecidas causava incômodo nos paroquianos,
levando-os a crer na falsidade das visões de Marcos Tadeu. Ou seja, a “novidade”,
o fato disso “nunca ter acontecido antes” deslegitimava as aparições,
pois as afastava do padrão recorrente.
Dessa forma, o vidente ganha
autonomia, ele não é mais apenas o “mensageiro” da Virgem, mas também o
intérprete das suas mensagens e o condutor do culto. Ele deixa de ser um
instrumento vazio, por meio do qual Maria se manifesta, tornando-se um
indivíduo.
Os novos papéis assumidos pelo
vidente o afastam do padrão, em que os videntes são percebidos apenas como
instrumentos de Maria. Lembramos aqui os casos de Bernadette - que seguiu
fielmente as demandas da Instituição, tornando-se freira – sendo constantemente
vigiada e nunca falando com o público - e Lúcia, vidente de Fátima, que se
tornou carmelita, vivendo reclusa. A partir do momento que o vidente deixa de
ser um instrumento vazio, ganhando autonomia e falando por si, a percepção da
veracidade de suas visões começa a se romper.
O processo de modelagem impedia
a autonomia do vidente - no ritual e em sua personalidade. As “novidades”
rituais não são bem recebidas porque demonstram a autonomia do vidente:
acrescentando elementos e conduzindo o Cenáculo – afastando-o do modelo. Assim,
os participantes começam a percebê-lo como arrogante, e não mais humilde – pois
ele não reproduz o padrão de aceitação, mas toma atitudes, circula, interpreta
mensagens; ou seja, torna-se um indivíduo, e não a reprodução de uma
personalidade padrão.
Além disso, Marcos, ao tentar
instituir a “novidade” em suas manifestações
–
em relação aos elementos simbólicos e rituais - acaba por romper abruptamente
com
“Pelo
meu filho Marcos e pelas obras que ele empreende em meu nome eu vos
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as regras do jogo – em que a
adequação ao padrão era central - instituindo novas regras que não são
reconhecidas como autênticas pelos participantes. O “novo” não é percebido como
verídico. Perde-se, então, a impressão de verdade que havia sido constituída
durante a década de noventa através da adequação das aparições de Jacareí ao
padrão. Dessa forma, a reciprocidade entre o vidente e os participantes é
rompida.
A postura
de Marcos também contribui para esse processo de deslegitimaçao das
aparições. Além de professar constantemente sua exclusividade no contato com a
Virgem e não aceitar “palpites” de ninguém, ele também não atende o público –
os peregrinos devem enviar uma carta para marcar uma conversa, pois ele diz
estar sempre muito ocupado com as “tarefas que Nossa Senhora lhe atribui”. Além
disso, refere-se constantemente, durante suas falas no Cenáculo, à preferência
que Maria tem por ele, colocando-se como “um filho especial”.
Essas atitudes e falas do vidente
criaram uma antipatia da comunidade local
– inclusive dos católicos não
praticantes – em relação a sua figura. A seguinte fala, proferida por ele
durante um Cenáculo e atribuída à Virgem, é emblemática de sua
postura:
prometo
salvar o Brasil”. Por essa e por falas de teor
semelhante, Marcos confere valor e importância a si mesmo, por meio de
palavras atribuídas a Nossa Senhora, passando a ser percebido como “aparecido”,
“metido”, “arrogante” pelos católicos locais e pelos carismáticos.
Essas características
contribuem para a sua deslegitimação enquanto vidente, pois elas são o oposto
da humildade, da simplicidade esperada de um mensageiro de Nossa Senhora.
Assim, quando os fiéis se deparam com frases como a anterior, em que o vidente
faz questão de enfatizar a sua extraordinariedade, ou com o fato de não
falar pessoalmente com os peregrinos, a construção da humildade e da
simplicidade se desfaz, e eles se percebem diante de uma “celebridade”, que não
fala com o público e que se considera extraordinário. O vidente, ele próprio,
não permite a troca, considerando-se auto-suficiente.
Ou seja, a
troca é rompida. A crença no dom do vidente era atribuída pelos participantes,
que identificavam elementos que “provavam” a sua santidade. Entretanto, o
vidente rompe com as regras do jogo, afastando-se destes elementos. A convicção
na veracidade de suas visões é então quebrada.
Assim, as
posturas do vidente, o acréscimo de elementos estranhos ao padrão de aparições
marianas e a ruptura nas suas redes de relações sociais - afastando-o de
membros importantes da rede de
manifestações - levam à regressão dos Cenáculos, que são constituídos
atualmente apenas por um pequeno grupo de participantes fixos.
A participação de pessoas da
região é muito rara nos últimos anos, e as peregrinações de fora diminuíram
significativamente, devido a sua dificuldade em mobilizar a rede de contatos
sem a ajuda da RCC. Marcos, rompendo com os carismáticos, sendo combatido pelos
sacerdotes e pela comunidade local, está cada vez mais isolado, e os seus
rituais cada vez mais esvaziados.
Dessa maneira, na primeira
década das manifestações o apoio da RCC e a modelagem das aparições de acordo
com o padrão reconhecido foram centrais para o sucesso dos Cenáculos, já a
partir dos anos 2000 a intransigência de Marcos, que se proclama “o”
representante de Nossa Senhora, insinuando não precisar de mais ninguém, apenas
“Dela”, e o seu afastamento do modelo reconhecido colaboram para que suas
conexões se desfaçam e sua legitimidade seja questionada.
LILIAN MARIAN - 2008
LILIAN MARIAN - 2008