sexta-feira

JACAREÍ APARIÇÕES - Carta Pastoral sobre Revelações Particulares

Carta Pastoral sobre Revelações Particulares e Aparições
CARTA PASTORAL SOBRE REVELAÇÕES PARTICULARES E APARIÇÕES, DA DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (1996)
Ao clero e aos fiéis de toda a Igreja Particular de São José dos Campos.
Graça e paz da parte do Senhor Jesus Ressuscitado!
INTRODUÇÃO
Visto que muitos de nossos diocesanos e diocesanas insistentemente nos pedem uma palavra de esclarecimento a respeito de aparições, possíveis revelações particulares e alocuções interiores, as presentes Orientações Pastorais, assim o esperamos, deverão servir de base para o posicionamento de nossos queridos diocesanos sobre esses assuntos.
1. REVELAÇÃO NATURAL E REVELAÇÃO SOBRENATURAL
“Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e pelo qual fez os séculos” (Hb 1,1-2).
“Deus é amor” (1 Jo 4,8), e quer livremente partilhar com os homens Sua vida e felicidade. Por isso, Deus se revela. Revelar quer dizer levantar o véu. Desde a origem do mundo, Deus se dá a conhecer, por meio das coisas criadas que, em sua beleza e harmonia, são um testemunho perene da bondade do Criador (cf. Rm 1,19-20). “Com a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu senso do bem moral, com a sua liberdade e a voz da sua consciência, com sua aspiração ao infinito e à felicidade, o homem se interroga sobre a existência de Deus” (CIC 33), de modo que em toda parte, mesmo os que nunca tiveram contato com as Sagradas Escrituras nem ouviram falar de Jesus Cristo, podem conhecer a Deus como princípio e fim último de todas as coisas à luz da razão natural (Concílio Vaticano I: DS 3004; DV 6; CIC 36).
Além desta revelação natural, “Deus, que ‘habita uma luz inacessível’ (1 Tm 6,16), quer comunicar a sua própria vida divina aos homens” (CIC 52). “Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-Se a Si mesmo e tornar conhecido o mistério de Sua vontade (cf. Ef 1,19), pelo qual os homens, por intermédio do Cristo, Verbo feito carne, e no Espírito Santo, têm acesso ao Pai e se tornam participantes da natureza divina (cf. Ef 2,18; 2 Pd 1,4)” (DV 2; CIC 51). Para isso, Deus escolhe Abraão, em quem serão abençoadas todas as nações da terra (cf. Gn 12,3). “Depois dos patriarcas, Deus formou Israel como seu povo, salvando-o da escravidão do Egito. Fez com ele a Aliança do Sinai e deu-lhe, através de Moisés, a sua Lei, para que o reconhecesse e o servisse como o único Deus vivo e verdadeiro” (CIC 62). A esse povo, através dos patriarcas e profetas, Deus se revela de maneira particular, para que fosse “a raiz sobre a qual serão enxertados os pagãos tornados crentes” (CIC 60; cf. Rm 11,17-18.24). Esta autocomunicação de Deus na história tem na Encarnação do Verbo a sua plenitude. “Cristo, o Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não haverá outra palavra senão esta” (CIC 65). Por isso, “já não há que esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação” de Cristo no final dos tempos (cf. DV 4). Esta revelação especial ou sobrenatural está consignada nas Sagradas Escrituras, sendo garantida em sua infalibilidade por uma assistência especialíssima do Espírito Santo, que conferiu aos Hagiógrafos ou Escritores Sagrados os carismas extraordinários da revelação e da inspiração. Desta maneira, podemos dizer que a Bíblia, embora escrita por homens os mais diversos, é de fato Palavra de Deus.
Por outro lado, “embora a Revelação esteja terminada, não está explicitada por completo; caberá à fé cristã captar gradualmente todo o seu alcance ao longo dos séculos”. É neste sentido que devemos entender o desenvolvimento do dogma na Igreja: não se trata de novas revelações, mas de um aprofundamento, um desabrochar de verdades já contidas no depósito da fé.
2. REVELAÇÕES PARTICULARES
“No decurso dos séculos houve revelações denominadas ‘privadas’, e algumas delas têm sido reconhecidas pela autoridade da Igreja. Elas não pertencem, contudo, ao depósito da fé. A função delas não é ‘melhorar’ ou ‘completar’ a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a viver dela com mais plenitude em uma determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o senso dos fiéis sabe discernir e acolher o que nessas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou dos seus santos à Igreja” (CIC 67). É o caso, por exemplo, das aparições da Mãe de Deus em Fátima ou Lourdes. Note-se que o nome “revelação privada” não quer significar que tais “revelações” não sejam conhecidas pelo grande público, ou que digam respeito apenas aos videntes ou a um círculo limitado de pessoas. Pode se tratar de um fenômeno de repercussão nacional ou mesmo mundial. No entanto, tais possíveis “revelações” são ditas, ainda assim, “privadas” ou “particulares” porque não fazem parte do depósito da fé católica. Em outras palavras, nenhum católico está obrigado a aceitá-las, mesmo quando já consagradas pela devoção do grande público, ao contrário do que acontece com a revelação especial, tal como nos é apresentada nas Sagradas Escrituras e transmitida pelo magistério da Igreja. Neste caso, todo católico tem a obrigação de acatar tudo o que a Igreja propõe como verdade de fé e de moral.
“A fé cristã não pode aceitar ‘revelações’ que pretendam ultrapassar ou corrigir a Revelação da qual Cristo é a perfeição. Este é o caso de certas Religiões não-cristãs e também de certas seitas recentes que se fundamentam em tais ‘revelações’” (CIC 67), como é o caso, por exemplo dos Mórmons ou do Espiritismo.
3. PRÁXIS OBSERVADA PELOS BISPOS E PELA SÉ APOSTÓLICA NA AVALIAÇÃO DO FENÔMENO DAS APARIÇÕES
Ultimamente, tem-se multiplicado o fenômeno de aparições atribuídas a Nossa Senhora, tanto no Brasil como no estrangeiro. A respeito de tais fenômenos, existem opiniões favoráveis e opiniões contrárias. O que a Igreja tem a dizer?
A Igreja é cautelosa; antes de se pronunciar a respeito de alguma aparição, manda examinar o caso criteriosamente, pois sabe que muitas vezes os fiéis, com toda boa fé, podem imaginar estar vendo e ouvindo o que não passa de projeções de sua fantasia.
Não existe legislação canônica sobre a avaliação do fenômeno das aparições e manifestações miraculosas. O Direito Canônico cala sobre o assunto. O que existe é uma práxis observada pelos bispos e pela Sé Apostólica. Os critérios básicos são os seguintes1:
a) Critérios a respeito dos videntes:
Deve ser verificado o estado de saúde física e mental dos videntes por parte de médicos competentes e psicólogos ou psiquiatras a fim de que não se confunda alucinação com visão.
É importante verificar se há falta de sinceridade e de humildade da parte dos videntes, se há interesse em tirar proveito próprio ou em se colocar no centro das atenções.
Verificar os contra-testemunhos que os videntes apresentam na vida cotidiana, a falta de respeito e de obediência aos pastores, a exploração das emoções com objetivos comerciais, políticos ou outros interesses.
O objetivo de qualquer revelação autêntica é a edificação da Igreja. Por isso, tudo o que a divide, tudo o que leva ao pecado, tudo o que não leva à evangelização não pode vir de Deus.
“Os videntes deixam de ter credibilidade a partir do momento em que procuram sustentar com apoio celestial, portanto, com autoridade pretensamente superior à da Igreja, uma certa orientação doutrinária, da qual se estivesse convencido; ou então promover mais facilmente certos aspectos da vida cristã, como os sacramentos, valendo-se da tendência das massas para o maravilhoso”2.
b) Critérios a respeito da mensagem transmitida pela aparição
São basicamente três os critérios a serem indicados aqui:
Ortodoxia: o conteúdo da mensagem das aparições não pode estar em contradição com a revelação bíblica, nem com a doutrina da Igreja.
Convergência: O conteúdo da mensagem deve estar em sintonia com as linhas pastorais da Igreja e os pastores podem encontrar nessa mensagem matéria para incentivar a vida pastoral e a conversão e renovação da vida cristã.
Coerência: Deve haver uma coerência entre o que os videntes vêem, ouvem e dizem. O conjunto deve formar uma mensagem coerente.
Além disso, toda autêntica aparição há de ser coerente com as linhas e o espírito do Evangelho. Assim, as muitas minúcias (quanto a datas, local, duração e tipo dos fenômenos preditos) merecem reservas, pois não são habituais na linguagem da Sagrada Escritura. O Senhor Jesus mesmo recusou-se, mais de uma vez, a revelar a data de sua vinda e do fim dos tempos (cf. Mc 13,32At 1,7).
c) Critérios a respeito das ressonâncias da aparição
Sinais: O fenômeno pode estar acompanhado de milagres, curas, conversões, fenômenos cósmicos extraordinários em favor da veracidade da aparição, os quais, porém, devem ser cuidadosamente examinados pela ciência e pela teologia. E como dizia o Papa João XXIII, em sua radiomensagem de 18/02/1959, comemorativa do centenário de Lourdes, que os dons extraordinários são concedidos aos fiéis “não para propor doutrinas novas, mas para guiar nossa conduta”3.
Frutos: Que Frutos espirituais estão surgindo em decorrência da aparição? Trata-se de conversões, renovação da vida cristã, devoção mais intensa e mais qualificada a Nossa Senhora, amor à Igreja, vocações missionárias, sacerdotais e consagradas?
Caso o resultado dos exames acima sejam positivos, a Igreja não somente permite, mas favorece o culto ao Senhor ou ao santo(a) que se julga ter aparecido. É o caso do culto a N. S. de Fátima ou de Lourdes, havendo inclusive a festa respectiva no calendário da Igreja. Importante: embora a Igreja favoreça o culto a Nossa Senhora em tal ou tal lugar, ela não obriga os fiéis a acolher as respectivas revelações particulares, uma vez que elas não fazem parte do depósito da fé: fica a critério de cada fiel julgar as razões pró e contra a autenticidade de cada “aparição” não condenada pela Igreja e daí assumir ou não sua mensagem para a própria vida.
A respeito de tais fenômenos extraordinários, o Papa Bento XIV (1740-1758) publicou o seguinte: “A aprovação (de aparições) não é mais do que a permissão de as publicar, para instrução e utilidade dos fiéis, depois de maduro exame. Pois estas revelações assim aprovadas, ainda que não se lhes dê nem possa dar um assentimento de fé católica, devem contudo ser recebidas com fé humana segundo as normas da prudência, que fazem de tais revelações objeto provável e piedosamente aceitável”4. Esta posição tornou-se clássica na prática da Igreja.
Pode acontecer ainda que a Igreja se abstenha de qualquer pronunciamento a respeito dos fenômenos e do culto prestado em decorrência dos mesmos. É o que acontece na maioria dos casos: não há motivos para condenar os fenômenos relatados; nem a saúde mental dos (as) videntes dá lugar a suspeitas nem as mensagens apresentadas por eles contêm alguma heresia ou erro na fé. A Igreja considera os frutos pastorais que decorrem de tais mensagens: muitos fiéis se beneficiam peregrinando a tal ou tal lugar ou santuário; aí se convertem, recuperam ou adquirem o hábito da prática sacramental, da oração… Por tudo isso, a Igreja deixa que a piedade se desenvolva até haver razões de ordem doutrinária ou moral que exijam algum pronunciamento.
Diante dos fenômenos de aparições e revelações particulares, a Igreja tem a obrigação de ser prudente. Ela é responsável pela preservação da doutrina da fé. Por um lado, ela sabe que o Espírito Santo pode falar por vias extraordinárias, de tal modo que não lhe é lícito extinguir o Espírito (cf. 1 Ts 5,19s); por outro lado, o extraordinário não é a via normal pela qual Deus guia seus filhos. A fé madura não diz Sim a qualquer notícia sobre portentos, prodígios e milagres, mas pergunta sempre: por que deveria eu crer? Qual a autoridade de quem me transmite a notícia? Em que se baseia? Como fala?
Do que foi dito, segue que:
Aparições e revelações particulares não devem ser presumidas nem admitidas em primeira instância num juízo precipitado. Os fenômenos alegados hão de ser comprovados ou criteriosamente credenciados;
Diante de um fenômeno tido como extraordinário, procurem-se, antes do mais, as explicações ordinárias ou naturais (físicas, psicológicas, parapsicológicas);
É preciso levar em conta a fragilidade humana, sujeita a engano, sugestões, alucinações coletivas, etc. Facilmente quem conta um fato acrescenta-lhe ou subtrai-lhe um traço que pode ter importância; em conseqüência, um acontecimento explicável por vias naturais pode tornar-se, na boca dos narradores, um fenômeno altamente portentoso. Daí o senso crítico, que deve começar por investigar de que realmente se trata, para depois procurar a explicação adequada. Leve-se em conta especialmente a tendência dos meios de comunicação social a provocar artificiosamente as emoções e o sensacionalismo, sem compromisso sério com a verdade.
4. ORIENTAÇÕES PASTORAIS
A Diocese de São José dos Campos, na pessoa de seu Bispo Diocesano, apresenta as seguintes orientações para a prática do povo de Deus:
– Não se faça, em nome de Pastorais, Movimentos e Espiritualidades, lotações para afluírem aos locais de supostas aparições.
– Não se divulgue nas Pastorais, Movimentos e Espiritualidades, folhetos, apostilas, fitas cassete ou vídeos com mensagens de cunho milenarista, apocalíptico ou catastrófico.
– Seja mantida a devida prudência com relação aos escritos de pessoas que teriam a faculdade de locução interior. O devido cuidado deve ser tomado de não colocá-los em forma de leitura espiritual como substituto ou auxiliar da Palavra de Deus.
– Cada coordenador tenha como referência, para orientações com relação a esta temática, além das presentes orientações, os Subsídios Doutrinais 1 da CNBB, intitulado “Aparições e revelações particulares”.
– Em última instância, prevaleça sempre a palavra do Bispo Diocesano.
CONCLUSÃO
Gostaria de terminar essas orientações pastorais, recordando o que nos ensina o Vaticano II sobre o culto da Bem-aventurada Virgem, o qual admoesta todos os filhos e filhas da Igreja “a que generosamente promovam o culto, sobretudo o litúrgico, para com a Bem-aventurada Virgem, dêem grande valor às práticas e aos exercícios de piedade recomendados pelo Magistério no curso dos séculos e observem religiosamente o que em tempos passados foi decretado sobre o culto das imagens de Cristo, da Bem-aventurada Virgem e dos Santos” (LG 67).
“Ademais, saibam os fiéis que a verdadeira devoção não consiste num estéril e transitório afeto, nem numa certa vã credulidade, mas procede da fé verdadeira pela qual somos levados a reconhecer a excelência da Mãe de Deus, excitados a um amor filial para com nossa Mãe e à imitação das suas virtudes” (ib.,67);
Enquanto peregrinamos, Maria será a mãe educadora da fé (cf. LG 63). Ela cuida que o Evangelho nos penetre intimamente, plasme nossa vida de cada dia e produza em nós frutos de santidade (cf. Puebla, 290).
Como pastor da Diocese de São José dos Campos, envio a todo o Povo de Deus que aqui peregrina, minha saudação e a bênção em Cristo Ressuscitado.
Decreto: Que esta Carta Pastoral seja afixada em lugar visível para os fiéis e publicada no Jornal Expressão.
São José dos Campos, 25 de março de 1996.
Dom Nelson Westrupp, SCJ
Bispo diocesano

Referências Bibliográficas:
– O documento de referência é uma nota confidencial da Congregação para a Doutrina da Fé, de 25 de fevereiro de 1978. Veja-se também: R. PANNET, Les Apparitions Aujourd’hui. 1988, p.145-146. – Cf. C. I. GONZALEZ, Maria, Evangelizada, Evangelizadora. CELAM, Ed. Loyola, 1990, p.401-402. – Cf. Pergunte e responderemos, setembro de 1995, p.392-393. – De Servorum Beatificatione II, c.32,11.
Outras fontes de consulta: na elaboração deste documento, foram consultadas, entre outras, as seguintes fontes: – Aparições e Revelações particulares (Subsídios Doutrinais 1, CNBB), Ed. Paulinas. – Compêndio do Vaticano II (DV e LG). – Catecismo da Igreja Católica (CIC). – JOÃO PAULO II, Redemptoris Mater. – CARLOS IGNÁCIO GONZALES, Maria, Evangelizada e Evangelizadora, CELAM, Ed. Loyola., 1990. – ESTÊVÃO BETTENCOURT, OSB , Pergunte e Responderemos, setembro de 1995. – STEFANO DE FIORES, Dicionário de Mariologia. Ed. Paulus, 1995. -DOCUMENTO DE PUEBLA.

nota : http://www.veritatis.com.br/carta-pastoral-sobre-revelacoes-particulares-e-aparicoes/

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Aparições atribuídas a Nossa Senhora e revelações na Igreja Católica

 Aparições e revelações na Igreja Católica


EPIFANIAS SÃO acontecimentos inexplicáveis e raros. São aparições através das quais a Graça de Deus se manifesta e nos exorta a permanecer  no Caminho, que é Cristo, e guardar a Fé. A partir da próxima edição da revista impressa Fiel Católico, publicaremos uma série de artigos a respeito das aparições da Virgem Maria reconhecidas pela Igreja, ao redor do mundo. Um assunto fascinante, cujo estudo cuidadoso muito pode nos ajudar e fortalecer em nossa caminhada de fé.

Antes de entrar no assunto, porém, achamos conveniente publicar alguns esclarecimentos a respeito de como a Igreja Católica vê as revelações e aparições chamadas particulares.


Revelação Natural e Revelação Sobrenatural

Atesta a Sagrada Escritura que Deus nunca cessou de se interessar, por assim dizer, pelos seres humanos, nem de se manifestar a nós: “Muitas vezes e de muitos modos falou Deus, outrora, aos nossos pais, pelos Profetas; agora, nestes dias, falou-nos por meio do Filho” (Hb 1,1-2)... Deus é Amor (1Jo 4,8) e quer partilhar vida e felicidade com seus filhos e filhas; por isso, se revela de muitas maneiras.

“Revelar” quer dizer “retirar o véu” para dar-se a conhecer. Desde a origem do mundo, Deus dá-se a conhecer por meio das coisas criadas, que, em sua beleza e harmonia, são um testemunho perfeito da Bondade do Criador, como diz São Paulo: “O eterno Poder e Divindade de Deus, desde a criação do mundo, são claramente vistos e percebidos mediante as coisas criadas” (Rm 1, 19-20). Assim, em todo o mundo, mesmo aqueles que nunca ouviram falar em Jesus Cristo podem “reconhecer” Deus, ao menos como Sumo Bem, Princípio e Fim de todas as coisas, através da razão natural (Conc. Vaticano I: DS 3004; DV 6; CIC §36).

Além dessa capacidade que o Criador concedeu naturalmente a todos os homens, de conhecê-lo através de sua Criação, Deus, que "habita em Luz inacessível” (1Tm 6,16), comunica-se aos homens também de maneiras muito especiais e bem mais raras. Para isso, escolheu Abraão, em quem foram abençoadas todas as nações da Terra (Gn 12, 3); depois, tornou Israel o seu povo, revelando-se a este de maneira particular, para que a partir deste povo viesse ao mundo a salvação.

Esta comunicação mais direta de Deus realizou-se plenamente na Encarnação do Verbo, Jesus Cristo: “Cristo, o Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não haverá outra Palavra senão esta” (CIC §65). Por isso, “já não há que se esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Cristo no final dos tempos” (DV 4). Essa Revelação especial está registrada nas Sagradas Escrituras e é garantida pela Assistência do Espírito Santo, que conferiu aos Escritores Sagrados os carismas extraordinários da Revelação e da Inspiração. Dessa maneira é que dizemos que a Bíblia, embora escrita por homens diversos, é “Palavra de Deus”.

Por outro lado, embora a Revelação esteja dada por completo e definitivamente, ela não está totalmente compreendida; cabe a toda a Igreja captar, gradualmente, todo o seu alcance, ao longo dos tempos. É nesse sentido que devemos entender o desenvolvimento dos dogmas na Igreja: não se tratam de novas revelações, mas de um aprofundamento, um desabrochar das verdades já contidas no Depósito da Fé. – Lembrando que o Depósito da Fé é o patrimônio sagrado da fé cristã, contido na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição, confiado aos Apóstolos (Magistério da Igreja) por Jesus Cristo e, por eles, à totalidade da Igreja. A Verdade eterna não muda; nossa compreensão a respeito desta Verdade é que pode e deve aperfeiçoar-se cada vez mais.


Revelações Particulares
No correr dos tempos houve revelações denominadas “particulares”, e algumas delas foram e têm sido reconhecidas pela autoridade da Igreja. Elas não pertencem, porém, ao Depósito da Fé. Sua função não é “melhorar” ou “completar” a Revelação de Cristo, que é definitiva, mas sim ajudar a vivê-la com mais plenitude, em determinadas épocas da História.

Essas revelações constituem, isto sim, um apelo de Cristo ou de seus santos à Igreja (§CIC 67). É o caso, por exemplo, das aparições de Maria Santíssima em Salete, Fátima, Lourdes ou Guadalupe. Importante notar que o termo “revelação particular” não quer dizer que tais revelações não possam ser conhecidas do povo, ou que digam respeito apenas aos videntes ou a um círculo limitado de pessoas: pelo contrário, podem ser fenômenos de repercussão nacional ou mesmo mundial. No entanto, tais revelações são ditas “particulares” porque não fazem parte do Depósito da Fé universal, isto é, católica. Em outras palavras, nenhum católico está obrigado a aceitá-las, mesmo quando já consagradas pela devoção do povo.

Fundamental: “A fé cristã não pode aceitar ‘revelações’ que pretendam ultrapassar ou 'corrigir' a Revelação da qual Cristo é a Perfeição. Este é o caso de certas religiões não-cristãs e também de certas seitas recentes que se fundamentam em tais ‘revelações’” (CIC 67), o que se aplica, por exemplo, aos mórmons e espíritas.


Avaliação das Aparições

Nos últimos tempos, têm-se multiplicado os fenômenos de aparições atribuídas a Nossa Senhora, em diversas partes do mundo (inclusive no Brasil). A respeito de tais fenômenos, existem sempre opiniões favoráveis e opiniões contrárias. O que a Igreja, oficialmente, tem a dizer a respeito?

A Igreja é cautelosa, como deve ser; antes de se pronunciar a respeito de alguma aparição, procede a um exame criterioso dos fatos, pois muitas vezes os fiéis, mesmo com toda piedade e boa fé, podem sofrer alucinações, “ver” e “ouvir” projeções mentais. É preciso levar em conta os desvios do psiquismo e a fragilidade humana, sujeita ao engano, aos delírios, etc. Além disso, quem conta um fato facilmente acrescenta ou subtrai algum detalhe que pode ser importante; é assim que um acontecimento estranho ou incomum, porém natural, torna-se “milagre” na boca dos narradores. Leve-se em conta, também, a tendência dos meios de comunicação de massa, de provocar as emoções fáceis do público e o sensacionalismo, sem compromisso com a verdade. Por isso é que se faz necessária toda prudência.


Resumo

Aparições e revelações particulares não devem ser admitidas precipitadamente. Os fenômenos devem ser estudados e criteriosamente avaliados pela Igreja antes de dados como comprovados.

Como católicos, cremos que, enquanto peregrinos neste mundo, Maria será nossa mãe e educadora na fé (LG 63), sempre a cuidar para que o Evangelho nos penetre intimamente e produza em nós frutos de santidade (Puebla, 290).

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 Adaptado da Carta Pastoral "Orientações sobre Revelações Particulares" (São José dos Campos, 25 de março de 1996), de Dom Nelson Westrupp, SCJ.

nota : 
http://www.ofielcatolico.com.br/2001/05/aparicoes-e-revelacoes-na-igreja.html


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Sobre as aparições de Jacareí:
O demônio para afastar os homens da verdade, os cegam e como cegos, acabam sendo conduzidos para longe dos braços do Pai.
Os artifícios usados por satanás são muitos e são extremamente eficazes até para com os que estão a serviço de Deus.
O caminho apresentado por satanás é tão sutil e tão atrativo que multidões são seduzidas e enganadas.

Vejamos como o apóstolo Pedro nos exorta, Ele que recebeu a chave e a autoridade da Igreja pelas mãos de Jesus:
Assim como no meio do povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras ( 2ª Pedro 2.1).

O apóstolo Paulo também nos fala:
O espírito obediente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé , dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrina de demônios (1ª Timóteo 4.1)

Podemos citar aqui, algumas aparições marianas que pregam a Teologia do medo.
Não devemos acreditar facilmente em tudo que se apresenta como aparições do céu, contendo mensagens de Nossa Senhora, Jesus, anjos e santos, onde algumas almas buscam orientação em suas vidas em falsas aparições, deixando de buscar na fonte verdadeira que estão contidas na Palavra de Deus, nas pregações dos sacerdotes, nos sacramentos da Igreja especialmente na Eucaristia e na Confissão.
Hoje em dia, somente a Virgem Maria foi enviada à Terra como Mensageira de seu Filho. Existem raras exeções de uma estrita obediência à Igreja e com procedimentos excepcionais.
O sacerdote é o próprio Cristo que oferece a si mesmo ao Pai em nosso favor e após vestir-se para celebrar a Missa já não é mais ele mesmo que está ali mas o próprio Cristo independente dos méritos do sacerdote apesar de seus pecados é o próprio Cristo quem celebra a Missa.
Cristo faz do padre, um instrumento a seu serviço mesmo que o padre não tenha fé, mesmo que tenha pecados, mesmo que todos duvidem, pois a realização deste milagre não está condicionado a nossa fé. A nossa natureza humana vem de Deus e é Sacramento ordenado por Cristo. “ Fazei isto em memória de mim”.
Por isso, mente quem diz que o sacerdote que esta em pecado, não consegue consagrar a hóstia e o vinho.
Videntes verdadeiros sujeitam-se às normas e diretrizes da Igreja e jamais contra elas. Quem é rebelde à Igreja ou prega contra as normas eclesiásticas não vem de Deus.
Videntes verdadeiros tem sempre orientação espiritual de um sacerdote nomeado pelo bispo e lhe é obediente. Quem não tem, não é vidente do céu.
Vidente verdadeiro jamais permite comércio à sua volta de santinhos, livrinhos, CDs e escapulários, age desinteressadamente sem pensar em lucro algum, inclusive o próprio.

Vidente verdadeiro não inventa novenas, trezenas e a dogmas não aprovados pela Santa Igreja e não cria divisões no rebanho de Deus.
Vidente verdadeiro são portadores de mensagens de paz e não de ameaças infundadas, fazendo com que as pessoas sintam medo . O céu não nos ordena nada, apenas nos convida à conversão.
Vidente verdadeiro não fala mau de sacerdotes e bispos mas os amam e respeitam.

Jesus criou uma única Igreja e se fez obediente até o fim.

O Papa Bento XVI nos pediu em uma de suas homilias que devemos nos empenhar para superar o analfabetismo religioso, isto é, que os católicos busquem mais a verdade na Leitura da Palavra, no catecismo, nos ensinamentos da Igreja pois é por falta de conhecimento da verdade que muitos caem nas garras de satanás se deixando levar por falsos profetas.
Ninguém poderá nos separar do amor de Deus que é um Pai misericordioso e Amoroso e que jamais ameaçaria seu povo.
Povo de Deus, é necessário saber discernir o falso do verdadeiro!

Decididamente, Jacareí não tem nada a ver com Medjugorje.
As mensagens de Medjugorje nos fazem um convite ao amor, a conversão e paz.
Convido a todos a saberem mais sobre as aparições de Medjugorje clicando no link: www.medjugorjebrasil.com

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Mensagens secretas - livro Mensagens De Jesus, Maria E José Em Jacareí Aparições

Livro Mensagens De Jesus, Maria E José Em Jacareí Aparições
Tese de Doutorado – Os bastidores de Jacareí Aparição
(Lilian Maria) 1991 á 2008 descarregar
http://documents.scribd.com.s3.amazonaws.com/docs/6biaug7ygw5v4xv0.pdf

O Segredo de Jacarei-Aparicao - Marcos Tadeu Teixeira Grupo-Asa Descarregar
http://documents.scribd.com.s3.amazonaws.com/docs/4nsqfmcbuo5v5fjp.pdf
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