Onde
aconteceu: Na
França. Quando: Em
1846.
A quem: Aos
videntes, Maximino Giraud e Mélanie Calvat.
História da
Aparição.
Um menino de nome Maximino
Giraud, de onze anos, e Mélanie (Mélanie) Calvat, de quinze, estavam cuidando do
gado. Mélanie estava acostumada e treinada nesse tipo de trabalho desde os nove
anos, mas tudo era novo para Maximino. Seu pai lhe havia pedido que fosse fazer
esse serviço como ato generoso, para cooperar com o amigo que estava com o
pastor adoentado.
Relata Mélanie:
No dia 18 de setembro de
1846, véspera da Aparição da Santíssima Virgem, eu estava sozinha, como sempre,
cuidando do gado do meu patrão; por volta de onze horas vi um menino que se
aproximava. Por um momento tive medo, pois achava que todos deviam saber que eu
evitava todo tipo de companhia. O menino se aproximou e me disse:
"Ei menina, vou contigo,
sou de Corps". A estas palavras minha malícia natural se mostrou e lhe disse:
"Não quero ninguém perto de mim. Quero ficar sozinha". Mas ele, senguindo-me,
disse: "Meu patrão me enviou aqui para que cuide do gado contigo. Venho de Corps". Afastei-me
dele, agastada, dando-lhe a entender que não queria ninguém por perto. Quando
estava a certa distância, sentei-me na grama. Normalmente, dessa forma
conversava com as florzinhas ou ao Bom Deus.
Depois de um momento, atrás
de mim estava Maximino sentado e diretamente me disse: "Deixa-me
ficar contigo, me comportarei muito bem". Embora
contra minha vontade e sentindo-me incomodada por Maximino, permiti que ficasse.
Ao ouvir os sinos de la Salette para o Ângelus, disse-lhe para elevar sua alma a
Deus. Ele tirou o chapéu e se manteve em silêncio por um momento. Logo comemos e
brincamos juntos. Quando caiu a tarde descemos a montanha e prometemos voltar ao
dia seguinte para levar o gado novamente.
No dia seguinte,
sábado, 19 de setembro de 1846, o
dia estava muito quente e os dois jovenzinhos concordaram em comer seu almoço em
um lugar sombreado. Contrariamente a seu costume, eles se estendem sobre a
relva... e adormecem. O tempo passa!... Mélanie foi a primeira a despertar:
"Maximino, Maximino, vem
depressa, vamos ver nossas vacas... Não sei onde andam!".
Rapidamente sobem a ladeira.
Voltando-se, têm diante de si toda a pradaria: as vacas lá estão ruminando
calmamente. Os dois pastores se tranquilizam. Mélanie começa a descer. A meio
caminho se detém imóvel e pergunta a Maximino se não vê o que ela estava vendo:
"Maximino, olha lá, aquele
clarão!".
Maximino corre gritando:
"Onde? Onde?"
Mélanie estende o dedo para o
fundo do vale onde haviam dormido. O clarão se mexia e se agitava, como
dividindo-se ao meio.
"Oh, meu Deus!",
exclamou Mélanie, deixando cair o cajado.
Algo fantasticamente
inconcebível a inundava nesse momento e ela se sentiu atraída, com profundo
respeito, cheia de amor e o coração batendo mais rapidamente. Viram uma Senhora
sentada em uma enorme pedra. Tinha o rosto entre as mãos e chorava amargamente.
Mélanie e Maximino estavam com medo e não se mexiam.
A Mensagem de
La salete.
A Senhora, pondo-se
lentamente de pé e cruzando suavemente seus braços, lhes chamou:
- Vinde, meus filhos,
não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade!
Então, as crianças foram até
a Bela Senhora. Ela não parava de chorar. "Achávamos que era uma mamãe cujos
filhos a tivessem espancado e que se teria refugiado na montanha para chorar".
A Senhora era alta e toda de
luz. Vestia-se como as mulheres da região: vestido longo, um grande avental,
lenço cruzado e amarrado as costas, touca de componesa. Rosas coroando sua
cabeça, ladeando o lenço e ornando seu calçado. Em sua fronte a luz brilhava
como um diadema. Em seus olhos havia lágrimas que rolavam pelas faces. Sobre os
ombros carregava uma pesada corrente. Uma corrente mais leve prendia sobre o
peito um crucifixo resplandecente, com um martelo de um lado, e de outro uma
torquês.
ELA disse:
- Se Meu povo não quer
submeter-se, sou forçada a deixar cair o braço de Meu Filho. É tão forte e tão
pesado que não o posso mais suster.
Há quanto tempo sofro
por vós!
Dei-vos seis dias para
trabalhar, reservei-me o sétimo, e não mo querem conceder! É isso que torna tão
pesado o braço de Meu Filho.
E também os
carroceiros não sabem jurar sem usar o Nome de Meu Filho. São essas as duas
coisas que tornam tão pesado o braço de Meu Filho.
Se a colheita se
estraga, e só por vossa causa. Eu vo-lo mostrei no ano passado com as
batatinhas: e vós nem fizestes caso! Ao contrário, quando encontráveis
batatinhas estragadas, juráveis usando o Nome de Meu Filho. Elas continuarão
assim, e neste ano, para o Natal, não haverá mais.
A palavra "batatinhas" (em
francês: 'pommes de terre'), deixa Mélanie intrigada. No dialeto da região, se
diz "la truffa". E a palavra 'pommes' lembra-lhe o fruto da macieira. Ela se
volta então para Maximino, para lhe pedir uma explicação. A Senhora, porém
adianta-se dizendo:
- Não compreendeis,
meus filhos? Vou dizê-lo de outro modo.
Retomando pois, as últimas
frases no dialeto de Corps ('patois'), língua falada correntemente por Maximino
e Mélanie, a Senhora prossegue sempre no dialeto:
- ”Se
tiverdes trigo, não se deve semeá-lo. Todo o que semeardes será devorado pelos
insetos, e o que produzir se transformará em pó ao ser malhado.
Virá grande fome.
Antes que a fome chegue, as crianças menores de sete anos serão acometidas de
trevor e morrerão entre as mãos das pessoas que as carregarem. Os outros farão
penitência pela fome. As nozes caruncharão, as uvas apodrecerão.“
De repente, a Senhora
continuou a falar, mas somente Maximino a entendia. Mélanie percebia seus lábios
se moverem, mas nada entendia. Alguns instantes depois, Mélanie por sua vez,
pode ouvir, enquanto Maximino, que nada mais entende, faz girar o chapéu na
ponta do cajado ou, com a outra, brinca com pedrinhas no chão. "Mas nenhuma
sequer tocou os pés da Bela Senhora!", excusar-se-ia alguns dias mais tarde.
"Ela me disse alguma coisa ao me dizer: Tu
não dirás nem isso. Depois, não
compreendia mais nada, e durante esse tempo, eu brincava".
Assim a Bela Senhora falou em
segredo a Maximino e depois a Mélanie. E novamente, os dois em conjunto ouviram
as seguintes palavras:
- Se se converterem,
as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas serão
semeadas nos roçados.
Fazeis bem vossa
oração, meus filhos?
- "Não muito, Senhora",
respondem as crianças.
- Ah! Meus filhos, é
preciso fazê-la bem, à noite e de manhã, dizendo ao menos um Pai Nosso e uma Ave
Maria quando não puderdes rezar mais. Quando puderdes rezar mais, dizei mais.
Durante o verão, só
algumas mulheres mais idosas vão à Missa. Os outros trabalham no domingo,
durante todo o verão. Durante o inverno, quanto não sabem o que fazer, vão à
Missa zombar da religião. Durante a Quaresma vão ao açougue como cães.
Nunca vistes trigo
estragado, meus filhos?
- "Não Senhora", responderam
eles.
Então Ela se dirigiu a
Maximino:
- Mas tu, meu filho,
tu deves tê-lo visto uma vez, perto de Coins, com teu pai. O dono da roça disse
a teu pai que fosse ver seu trigo estragado. Ambos fostes até lá. Ele tomou duas
ou três espigas entre as mãos, esfregou-as e tudo caiu em pó. Ao voltardes,
quando estaveis a meia hora de Corps, teu pai te deu um pedaço de pão
dizendo-te: "Toma, meu filho, come pão neste ano ainda, pois não sei quem dele
comerá no ano próximo, se o trigo continuar assim".
Maximino respondeu:
- "É verdade, Senhora, agora
lembro. Há pouco não lembrava mais".
E a Bela Senhora concluiu,
não mais em dialeto 'patois', e sim em francês:
- Pois bem, meus
filhos, transmitireis isso a todo o meu povo.
Então ela seguiu até o lugar
em que haviam subido para ver onde estavam as vacas. Seus pés deslizavam,
tocando apenas a ponta da grama, sem dobrá-la. Na colina, a Bela Senhora se
deteve. Mélanie e Maximino correram até ela para ver onde ia. A Senhora se eleva
rapidamente, permanecendo por uns minutos a alguns metros de altura (3 ou 5 m).
Olhou para o céu, olhou à sua direita (na direção de Roma?), à sua esquerda (na
direção da França?), olhou para os dois meninos, e se confundiu com o globo de
luz que a envolvia. Este então subiu até desaparecer no firmamento.
Depois da
aparição.
No início, poucos acreditavam
no que os dois jovens diziam ter visto e ouvido. Os camponeses que os haviam
contratado se surpreendiam com o fato de que, sendo eles tão ignorantes, fossem
capazes de transmitir e relatar uma mensagem tão complicada tanto em francês
(que não entendiam bem) como em 'patois', em que descreviam exatamente o que
diziam.
Na manhã seguinte, Mélanie e
Maximino foram levados ao pároco. Era um sacerdote de idade avançada, muito
generoso e respeitado. Ao interrogar os dois, ouviu todo o relato, diante do
qual ficou muito surpreso e realmente considerou que diziam a verdade. Na missa
do domingo seguinte, falou da visita da Senhora e seu pedido. Quando chegou aos
ouvidos do Bispo que o pároco havia falado da aparição no púlpito, este foi
repreendido e substituído por outro sacerdote. Isso não é de surpreender, pois a
Igreja é muito prudente em não fazer juízos apressados sobre aparições.
Mélanie e Maximino eram
constantemente interrogados por curiosos e por devotos. Simplesmente contavam a
mesma história. Aos que estavam interessados em subir a montanha, mostravam o
local exato onde a Senhora havia aparecido. Várias vezes foram ameaçados de
prisão se não negassem o que continuavam a dizer. Sem nenhum temor e hesitação,
relatavam a todos as mensagens que a Senhora havia dado.
Surgiu uma fonte no lugar
onde a Senhora havia aparecido e a água corria colina abaixo. Muitos milagres
começaram a acontecer.
As terríveis calamidades
anunciadas começaram a se cumprir. A terrível escassez de batatas de 1846 se
espalhou, especialmente na Irlanda, onde muitos morreram. A escassez de trigo e
milho foi tão severa, que mais de um milhão de pessoas na Europa morreram de
fome. Uma enfermidade atacou as uvas em toda a França. Provavelmente o castigo
teria sido pior se não fosse pelos que aceitaram a mensagem de La Salette.
Muitos começaram a ir à missa. As lojas eram fechadas aos domingos e as pessoas
pararam de fazer trabalhos desnecessários do dia do Senhor. Os xingamentos e as
blasfêmias foram diminuindo.
A Aprovação
Eclesiástica
Esta Aparição da Virgem
Santíssima que aconteceu na França em 1846, e foi reconhecida e aprovada pela
Igreja, em 1851.
O Bispo de La Salette
encarregou a dois teólogos a investigação da aparição e de todas as curas
registradas. Durante cinco anos fizeram as mais minuciosas investigações. Em
toda a França, em aproximadamente oitenta lugares diferentes, os bispos
encarregaram sacerdotes que investigassem as curas milagrosas através das
orações a Nossa Senhora de La Salette e da água da fonte. Centenas de graças
foram registradas.
O Santo Padre Pio IX aprovou
a devoção a Nossa Senhora de La Salette. Pediu aos jovens que lhe enviassem o
relato dos segredos por escritos.
Tempo depois dirá o Santo
Padre:
"Estes são os segredos
de La Salette; se o mundo não se arrepender, perecerá".
As Palavras do Papa João
Paulo II, sobre La Salette:
"Neste lugar, Maria, a mãe
sempre amorosa, mostrou sua dor pelo mal moral causado pela humanidade. Suas
lágrimas nos ajudam a entender a gravidade do pecado e a rejeição a Deus,
enquanto manifestam ao mesmo tempo a apaixonada fidelidade que Seu Filho mantém
com relação a cada pessoa, embora Seu amor redentor esteja marcado com as
feridas da traição e do abandono dos homens."
Várias congregações foram
fundados pela inspiração de La Salette, entre as quais os Missionários e as
Irmãos de Nossa Senhora de La Salette, que se dedicam a propagar a mensagem de
reconciliação.
Os Segredos
de La Salete.
Um segredo importante foi
dado pela Virgem a Mélanie, para revelá-lo anos mais tarde. Maximino assegurou
que a Virgem disse algo a Mélanie, que ele não ouviu. Esse segredo, no entanto,
não está incluído na aprovação dada pela Igreja à aparição, pois foi divulgado
posteriormente.
O segredo somente foi
publicado em sua totalidade em uma brochura, em Lecce, no ano de 1879. Ao Papa
da época, Pio IX, o texto do segredo foi entregue em 18 de julho 1851.
Seguem-se as palavras de
Nossa Senhora ditas a Mélanie em 19 de setembro de 1846:
- "Mélanie, o que eu
te vou dizer agora não será um segredo para sempre. Tu podes publicá-lo em
1858".
1- Os
sacerdotes, ministros de meu Filho, os sacerdotes, por causa da sua vida má,
pelas suas irreverências e pela sua impiedade ao celebrar os santos mistérios,
pelo amor ao dinheiro, o amor às honras e aos prazeres, os sacerdotes
converteram-se em cloacas de impureza. Sim, os sacerdotes provocam a vingança e
a vingança pende sobre suas cabeças.
Ai dos sacerdotes e
pessoas consagradas a Deus que pelas suas infidelidades e más vidas crucificam
meu Filho de novo! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e
atraem vingança, e eis que a vingança está às suas portas, porque já não se
encontra ninguém para implorar misericórdia e perdão para o povo. Já não há
almas generosas, já não há ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao
Eterno, pelo mundo.
2- Deus
vai castigar de uma maneira sem precedentes. Ai dos habitantes da Terra! Deus
vai esgotar a sua cólera e ninguém poderá fugir a tantos males juntos.
Os chefes, os
condutores do povo de Deus, descuraram a oração e a penitência, e o demônio
obscureceu as suas inteligências. Tornaram-se naquelas estrelas errantes, que a
antiga serpente arrastará com a sua cauda para os fazer perecer. Deus permitirá
que a antiga serpente ponha divisões entre os soberanos, em todas as sociedades
e em todas as famílias. (A humanidade) sofrerá penas físicas e morais. Deus
abandonará os homens a si mesmos e enviará castigos que se hão de suceder
durante mais de trinta e cinco anos.
3- A
sociedade está às vésperas das mais terríveis calamidades e dos mais graves
acontecimentos. Deverá esperar vir a ser governada com vara de ferro e beber o
cálice da cólera de Deus.
Que o Vigário de
meu Filho, o Sumo Pontífice Pio IX, não saia de Roma depois de 1859; mas que
seja firme e generoso, que combata com as armas da fé e do amor. Eu estarei com
ele.
Que desconfie de
Napoleão (Napoleão III): o seu coração é falso, e quando ele quiser ser, ao
mesmo tempo, Papa e Imperador, Deus Se retirará dele. Ele é aquela águia que,
querendo sempre subir mais alto, cairá sobre a espada de que se queria servir
para obrigar os povos à submissão.
4- A Itália será castigada
pela sua ambição, por querer sacudir o jugo do Senhor dos Senhores; também ela
será entregue à guerra. O sangue correrá por todos os lados; as igrejas serão
fechadas ou profanadas; os sacerdotes e religiosos serão perseguidos; irão
fazê-los morrer, e morrer de morte cruel. Muitos abandonarão a fé, e o número de
sacerdotes e religiosos que apostatarão da religião verdadeira será grande;
entre estes haverá até mesmo Bispos.
5- Que o Papa se acautele
contra os fazedores de milagres, porque chegou o tempo em que se hão de operar
os mais espantosos prodígios na terra e no ar.
6- No ano de 1864, serão
libertados do Inferno Lúcifer com um grande número de demônios; eles abolirão a
fé pouco a pouco, mesmo nas pessoas consagradas a Deus. Irão cegá-las de tal
forma que, salvo se elas forem abençoadas por uma graça especial, essas pessoas
assimilarão o espírito desses anjos maus. Muitas casas religiosas perderão
completamente a fé e muitas almas se irão perder.
7- Os
livros maus abundarão na Terra e os espíritos das trevas espalharão, por toda a
parte, um relaxamento universal por tudo o que seja serviço de Deus; e terão um
enorme poder sobre a natureza. Haverá igrejas dedicadas ao culto desses
espíritos. Certas pessoas serão transportadas de um a outro lugar por esses maus
espíritos, e até sacerdotes, porque eles não serão conduzidos pelo bom espírito
do Evangelho, que é um espírito de humildade, de caridade e de zelo pela glória
de Deus.
Em algumas ocasiões, os mortos e os justos
serão trazidos de volta
à vida (isto é, esses mortos tomarão a aparência das almas justas que viveram na
Terra, para melhor seduzir os homens. Esses ditos mortos ressuscitados não serão
mais do que o demônio sob as suas figuras, e pregarão outro evangelho, contrário
ao do verdadeiro Jesus Cristo, negando quer a existência do Céu, quer ainda a
existência das almas dos condenados. Todas essas almas aparecerão como que
unidas aos seus corpos). E serão vistos, por toda a parte, prodígios
extraordinários, porque a fé verdadeira se extinguiu e a falsa luz ilumina o
mundo. Ai dos Príncipes da Igreja que se tenham apenas dedicado a acumular
riquezas e salvaguardar a sua autoridade, e a dominar com orgulho!
8- O Vigário do meu Filho terá
muito que sofrer, porque por um tempo a Igreja será entregue a grandes
perseguições - será o tempo das trevas. A Igreja terá uma crise medonha.
Esquecida a santa fé de
Deus, cada indivíduo quererá governar-se por si mesmo e ser superior aos seus
semelhantes. Serão abolidos os poderes civis e eclesiásticos, toda a ordem e
justiça serão calcadas aos pés. Só se verão homicídios, ódios, inveja, mentira e
discórdia, sem amor pela pátria e pela família.
9- O Santo Padre sofrerá
muito. Estarei com ele, até o fim, para receber o seu sacrifício. Os malvados
atentarão muitas vezes contra a sua vida, sem poder pôr fim aos seus dias; nem
ele, porém, nem o seu sucessor (Nota escrita por Mélanie na margem de seu
exemplar: 'que não reinará por muito tempo') verão o triunfo da Igreja de Deus.
10- Todos os governantes civis
terão o mesmo plano, que será o de abolir e fazer desaparecer todo o princípio
religioso, para dar lugar ao materialismo, ao ateísmo, ao espiritismo e a toda
espécie de vícios.
No ano de 1865, será
vista a abominação nos lugares santos. Nos conventos, as flores da Igreja
estarão putrefatas, e o demônio se converterá no rei dos corações. Que os que
estão à frente das comunidades religiosas vigiem as pessoas que irão receber,
porque o demônio usará de toda a sua malícia para introduzir nas ordens
religiosas pessoas dadas ao pecado, pois as desordens e o amor aos prazeres da
carne estarão espalhados por toda a Terra.
11- A França, a Itália, a
Espanha e a Inglaterra estarão em guerra; o sangue correrá pelas ruas; o francês
lutará contra o francês, o italiano contra o italiano, e depois haverá uma
guerra geral, que será medonha. Por um tempo, Deus irá esquecer-Se da França e
da Itália, porque o Evangelho de Jesus Cristo já não é conhecido. Os malvados
desenvolverão toda a sua malícia; os homens irão matar-se e assassinar-se, até
dentro das casas.
Ao primeiro golpe da
sua espada fulminante, as montanhas e a natureza inteira estremecerão de
espanto, porque as desordens e os crimes dos homens traspassam a abóbada do Céu.
Paris será queimada e Marselha engolida. Várias grandes cidades serão abaladas e
soterradas por terremotos. As pessoas acreditarão que tudo estará perdido. Não
se verá mais do que homicídios, não se ouvirá senão os ruídos das armas e
blasfêmias.
12- Os justos sofrerão muito;
as suas orações, a sua penitência e as suas lágrimas subirão ao Céu e todo o
povo de Deus pedirá perdão e misericórdia, e implorará a minha ajuda e
intercessão.
Então, Jesus Cristo,
por um ato da Sua Justiça e da Sua Misericórdia para com os justos, mandará os
Seus anjos dar morte e todos os Seus inimigos. Num abrir e fechar de olhos, os
perseguidos da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens escravos do pecado
perecerão, e a Terra ficará como um deserto.
13- Então, será feita a paz, a
reconciliação de Deus com os homens. Jesus Cristo será servido, adorado e
glorificado. A caridade florescerá por toda a parte. Os novos reis serão o braço
direito da Santa Igreja, que será forte, humilde e piedosa, pobre, zelosa e
imitadora das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado por toda a
parte e os homens farão grandes progressos na fé, porque haverá unidade entre os
obreiros de Jesus Cristo e porque os homens viverão no temor de Deus.
14- Essa paz entre os homens
não será longa - 25 anos de abundantes colheitas farão esquecer que os pecados
dos homens são a causa de todos os males que sucedem à Terra.
Um precursor do
Anticristo, com um exército composto de muitas nações, combaterá o verdadeiro
Cristo, o único Salvador do mundo; derramará muito sangue e pretenderá aniquilar
o culto de Deus, para que se considere a ele como Deus.
15- A Terra será castigada com
toda a espécie de pragas (além da peste e da fome, que serão gerais); haverá
guerras, até à última, que será feita, então, pelos dez reis aliados do
Anticristo, que terão, todos, o mesmo desígnio, e serão os únicos a governar o
mundo (Nota de Rodapé: 'Situação prefigurada na atualidade, segundo o parágrafo
10').
Antes que isso
aconteça, haverá no mundo uma espécie de falsa paz. Não se pensará senão em
divertimentos. Os malvados se irão entregar a todo o gênero de pecados. Porém,
os filhos da Santa Igreja, os filhos da fé, os meus verdadeiros imitadores,
crescerão no amor de Deus e nas virtudes que me são mais queridas. Ditosas as
almas humildes, dirigidas pelo Espírito Santo! Eu combaterei com elas, até
chegarem à plenitude dos tempos.
16- A natureza clama por
vingança contra os homens e treme de medo à espera do que deve acontecer à
Terra, empapada de crimes. Tremei, ó Terra, e vós que fazeis profissão de servir
a Jesus Cristo e que, dentro de vós, adorai-vos a vós mesmos. Tremei, porque
Deus vos vai entregar ao Seu inimigo, porque os lugares santos estão na
corrupção; muitos conventos já não são casas de Deus, mas pastos de Asmodeu e
dos seus.
Será durante este tempo
que nascerá o Anticristo, de uma religiosa hebraica, de uma falsa virgem, que
terá comunicação com a antiga serpente, o mestre da impureza. O seu pai será
bispo (Nota de Rodapé: 'Existe um grau maçônico de bispo'). Em seu nascimento,
vomitará blasfêmias, terá dentes; numa palavra, será uma encarnação do Diabo.
Soltará gritos medonhos, fará prodígios e só se alimentará de impurezas. Terá
irmãos que, embora não sendo como ele diabos incarnados, serão filhos do mal.
Aos doze anos, chamarão atenção sobre si mesmos pelas rudes vitórias que
alcançarão. Bem depressa, irão colocar-se à frente de grandes exércitos,
assistidos por legiões do Inferno.
17- As estações mudarão. A
Terra somente produzirá frutos maus. Os astros perderão os seus movimentos
regulares. A Lua só refletirá uma débil luz avermelhada. A água e o fogo
imprimirão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis terremotos, que
tragarão montanhas e cidades inteiras...
Roma perderá a fé e se
converterá na sede do Anticristo.
18- Os demônios do ar, junto
com o Anticristo, farão grandes prodígios na terra e nos ares, e os homens se
irão perverter cada vez mais. Deus cuidará dos Seus fiéis servidores e dos
homens de boa vontade. O Evangelho será pregado por toda a parte e todos os
povos e todas as nações conhecerão a verdade!
19- Eu dirijo um urgente apelo
à Terra: chamo os verdadeiros discípulos do Deus Vivo, que reina nos céus; chamo
os verdadeiros imitadores de Cristo feito homem - o único e verdadeiro Salvador
dos homens; chamo os meus filhos, os meus verdadeiros devotos, os que se deram a
mim, para que eu os conduza ao meu Divino Filho - aqueles que eu levo, por assim
dizer, nos meus braços; chamo os que viveram do meu espírito; chamo, enfim, os
Apóstolos dos Últimos Tempos, os fiéis discípulos de Jesus Cristo, que viveram
no desprezo do mundo e de si próprios, na pobreza e na humildade, no desprezo e
no silêncio, na oração e na mortificação, na castidade e na união com Deus, no
sofrimento, e desconhecidos do mundo.
Já é hora de saírem e
virem iluminar a Terra. Ide e mostrai-vos como meus filhos queridos. Estou
convosco e em vós, desde que a vossa fé seja a luz que vos ilumine nesses dias
de infortúnio. Que o vosso zelo vos torne como que famintos da glória e da honra
de Jesus Cristo. Combatei, filhos da luz, vós, pequeno número que ainda tendes
vista; porque chegou o tempo dos tempos, o fim dos fins.
20- A Igreja será eclipsada, o
mundo estará em aflição. Porque, eis que chegam Enoque e Elias, cheios do
Espírito de Deus; eles pregarão com a força de Deus, e os homens de boa vontade
acreditarão em Deus, e muitas almas serão consoladas. Farão grandes progressos
pela virtude do Espírito Santo e condenarão os erros diabólicos do Anticristo.
Ai dos habitantes da
Terra! Virão guerras sangrentas e fome, pestes e enfermidades contagiosas;
chuvas de uma terrível saraivada de animais, que abalarão cidades, terremotos
que engolirão países; vozes serão ouvidas no ar; os homens baterão com a cabeça
nos muros, pedirão a morte e, por outro lado, a morte será o seu suplício. O
sangue correrá por toda a parte. Quem poderá vencer se Deus não diminuir o tempo
da prova? Pelo sangue, as lágrimas e as orações dos justos, Deus Se deixará
aplacar. Enoque e Elias serão martirizados. Roma, pagã, desaparecerá. Cairá fogo
do céu e consumirá três cidades. Todo o universo será presa de terror e muitos
se deixarão seduzir, porque não adoraram o verdadeiro Cristo, que vivia entre
eles. Chegou o tempo; o sol está escurecendo; só a fé sobreviverá.
21- Eis o tempo; abre-se o
abismo. Eis o rei dos reis das trevas. Eis a Besta com os seus súditos,
dizendo-se o salvador do mundo. Irá elevar-se com soberba, pelos ares, para
subir até o Céu; será precipitado pelo sopro de São Miguel Arcanjo. Cairá, e a
Terra, que há três dias encontrava-se em contínuas evoluções, abrirá o seu seio,
cheio de fogo, e ele será precipitado, para sempre, com todos os seus, nos
abismos eternos do Inferno.
Então, a água e o fogo
purificarão a Terra e consumirão todas as obras do orgulho dos homens, e tudo
será renovado - Deus será servido e glorificado."
La Salete - França.
Significado
Evangélico da mensagem de La Salete
Para ver e
compreender.
"Eis porque
lhes falo em parábolas: Para que vendo, não vejam, e ouvindo, não ouçam nem
compreendam" (Mt 13,13)
Antes de falar, a Senhora se
comunica por sinais. Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa, irradia a luz da
ressurreição. O brilho de seu rosto é tal que Maximino é incapaz de olhar para
Ela o tempo todo, e Mélanie se deslumbra com Sua presença. Suas vestes, como as
de Cristo na montanha no dia da Transfiguração, igualmente resplandesce de luz.
A luz provém do grande Crucifixo que tem sobre Seu peito. Aparecendo em La
Salette, Maria Santíssima continua levando a cabo a missão que recebeu ao pé da
Cruz: tomar o sofrimento e a dor por nós, para nos dar vida na Fé. "Julguei não
dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo
crucificado". (1Cor 2,2).
O crucifixo está entre um
martelo e umas torqueses, os instrumentos da Paixão. Dos ombros da formosa
Senhora cai uma corrente grossa, símbolo bíblico do pecado e das injustiças
cometidas por nós contra nossos irmãos. Paralelamente às correntes, nas bordas
do xale, a formosa Senhora tem rosas de várias cores. Isto nos recorda o
Rosário. Desde nossas raízes humanas até à Cruz e da Cruz à glória e ao festim
celeste. Também há rosas ao redor de Sua cabeça, como um diadema de luz e ao
redor de Seus pés. "Lancei raízes no meio de um povo glorioso, cuja herança está
na partilha de meu Deus... Cresci como a palmeira de Cades, como as roseiras de
Jericó" (cf. Eclo 24,16-18).
A Constituição Gaudium et
Spes (13) do Concílio Vaticano II nos diz: "Daí que o homem está dividido dentro
de si mesmo. Por isso toda vida humana, individual ou coletiva, se nos apresenta
como uma luta dramática, entre o mal e o bem, enrre as trevas e a luz. Mas o
homem ainda se encontra incapacitado para resistir eficazmente por si mesmo aos
ataques do mal, até sentir-se como acorrentado".
Ouvi e ponde em prática
(Lc 6,46; 8,21; 11,28, Tg 1,25-27)
Pela maternal caridade da
Virgem Santíssima, Ela intercede, Ela Se preocupa e continua trazendo os dons da
salvação eterna a nós, irmãos de Seu Filho, que ainda estamos peregrinando nesta
terra, rodeados de perigos e dificuldades até o dia de entrar na pátria feliz.
A Santíssima Virgem fala o
idioma de Seu povo. A Virgem Santíssima é uma "filha de Israel" que viveu em uma
cultura específica. Ela aparece também Se comunicando segundo a cultura de Seus
filhos. Há uma grande consonância entre sua preocupação e a linguagem do povo.
Na Bíblia, a Palavra de Deus se manifesta de uma maneira concreta na história do
povo de Deus. Maria como filha de Israel nos ensina a descobrir, através dos
eventos e situações da vida, a presença discreta de Deus que "faz maravilhas" e
que "se recorda de seu amor por seu povo".
Ela nos chama à conversão
urgentemente. Por Seu imenso amor, preocupa-se com nossa indiferença religiosa e
com nossos pecados, mas também com nossos problemas e esperanças.
A Virgem se situa na tradição
dos profetas. Um profeta é aquele a quem Deus confia a missão de falar em Seu
Nome ao povo, para revelar a esse povo, nos eventos passageiros deste mundo, a
chamada a um amor maior. Em La Salette, a Virgem considera a situação atual das
colheitas: o trigo, as batatas, as uvas e as nozes. Ela começa com a previsão
pessimista dos agricultores: fome e morte infantil se o trigo continuar assim.
Diz que nós não prestamos atenção e logo chama a atenção de cada um: "Portanto
se convertam". Recorda-nos a chamada dAquele que é a Palavra: O reino de Deus
está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15), e novamente nos
diz: "Não vos preocupeis, buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça (Mt
6,33).
Na verdade é uma chamada do
Evangelho que talvez tenhamos esquecido e a Virgem Santíssima nos recorda.
Analisando seu discurso, damo-nos conta das grandes verdades encontradas nos
Evangelhos.
Tudo se concentra em Cristo:
Cristo crucificado e ressuscitado. O papel de Maria Santíssima com relação a
todo crente é unir-nos a Jesus, em nossas lutas, batalhas e sacrifícios temos a
oportunidade de ser transfigurados em Cristo.
Em Nome de Cristo te
imploramos ( Jo 20,31; Atos 4,12)
A Virgem Santíssima, tomando
por modelo Jesus ressuscitado, vem como mensageira de paz, essa paz que é fruto
do Evangelho vivido. A Virgem vem nos implorar que retornemos a Jesus. Pede-nos
também que, em união com ela, sejamos mensageiros. A Boa Nova precisa ser
proclamada, ouvida e difundida.
A Virgem disse: "Se meu povo
não quiser se submeter..." Nestes tempos modernos é difícil ouvir palavras de
advertência. Mas a Virgem não vem nos tirar a liberdade nem para nos ameaçar,
mas para nos convidar a viver no reino e liderança de Cristo, em comunhão com
Sua vontade. Esta submissão, a qual é comunhão com Deus, é a que Maria, a
humilde escrava do Senhor, viveu desde a Anunciação até a Crucifixão e o
Pentecostes. E é por isso que todas as gerações chamá-la-ão bendita (Lc 1,48).
Jamais poderemos recompensar
a dor que a Virgem sofreu por nós, mas isso é motivo para respondermos o mais
generosamente possível. "Por tanto, ofereçam todos os fiéis súplicas constantes
à Mãe de Deus e Mãe dos homens, para que Ela, que esteve presente às primeiras
orações da Igreja, exaltada agora no céu sobre todos os bem-aventurados e os
anjos, na comunhão de todos os santos, interceda também diante de Seu Filho"
(Conc Vat II, LG, 69).
Reconciliai-vos com Deus
(cf. Mt 5,23; Mc 11,24; 2Cor 5,18; Ef 2,15 )
Nossa Senhora especifica duas
rejeições do povo. "As duas coisas que fazem o braço de Meu Filho tão pesado"
são:
1. "O desrespeito ao Dia do
Senhor". Isto nos leva a recordar os dois primeiros Livros da Bíblia, o Gênesis
e o Êxodo, e a recordar que desde o princípio os cristãos celebram o domingo
como dia da Ressurreição. Como honramos o Dia que o Senhor reservou para Si
mesmo? É de fato um dia de repouso, dia de assistir à Santa Missa?
2. "O desrespeito ao Nome de
Meu Filho". Os que usam o Nome de Cristo pelas menores adversidades e impõem a
Deus a responsabilidade por elas, esquecendo-se assim das próprias
responsabilidades. Quando nos vemos assediados por todo tipo de provas,
egoistamente nos fechamos em nós mesmos sem esperança. A Vifgem vem recordar-nos
novamente que "Santo é Seu Nome", porque não há debaixo do céu outro nome dado
aos homens pelo qual devamos ser salvos (Atos 4,12). E tudo quanto fizerdes, de
palavra e de obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus
Pai (Col 3,17).
(O homem), muitas vezes ao
negar reconhecer a Deus como seu princípio, transtornou, além disso, sua devida
ordenação a um fim último e, ao mesmo tempo, prejudicou todo o programa traçado
para suas relações consigo mesmo, com todos os homens e com toda a criação
(Conc. Vat II, Gaudium et Spes,13).
As coisas que se corroem
(cf. Mt 6,19; Lc 12,13; Tg 5,3)
A rebelião contra Deus, que
significa "a morte de Deus em nós" inevitavelmente nos levará à morte e à
ruptura harmoniosa com o universo. Essa ruptura é a causa da corrupção. Para nos
redimir desses males é que veio Nosso Senhor. Em La Salette, a Virgem não nos
tira da realidade, mas ao contrário, nos faz um chamado urgente para
reconhecermos os perigos em que vivemos e nos abramos à redenção que oferece Seu
Filho. As colheitas e batatas podres, o trigo que se torna pó, as nozes vazias,
as uvas nas vinhas estragadas, fomes e epidemias, tudo isso é causado pelo
pecado.
Nossa situação precária e a
duração restrita de nossas vidas têm, no entanto, um ponto positivamente
elevado, sendo estes motivos que nos chamam à própria conversão, instando-nos ao
seguimento de Cristo, vivendo hoje a vida nova que Ele viveu até o Calvário.
Essa é a fonte de nossa confiança. Nesta terra onde duas terças partes da
humanidade hoje sofrem de fome e desnutrição, onde os direitos humanos são
desrespeitados, a injustiça se encontra à nossa porta, os riscos da destruição
aumentam; que tudo isto nos faça meditar nos "sinais de Deus" e nos voltem a
Ele. Assim agiremos como verdadeiros irmãos, em especial com os menos
afortunados.
Se se converterem (cf. Ez
18,30; 1Rs 8,35; Mc 1:15; Lc 15; Atos 2,38; 3,19)
O chamado à conversão está no
coração da mensagem de La Salette. Tudo se dirige para esse fim: as lágrimas e o
crucifixo, a luz e as rosas, as atitudes da Bela Senhora, seu caminhar desde o
declive até o cume, mas sobretudo o discurso da Virgem. "Regressai a Deus com
todo o vosso coração", Ele é a única fonte de vida.
A ansiosa espera da criação
deseja vivamente a revelação dos filhos de Deus... na esperança de ser libertada
da corrupção para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus (Rm 8,19).
O caminho para a
conversão: três pontos (Mt 6,5; Mc 14,32; Lc 18,1; Jo 17)
1. Oração perseverante e
profunda: "Fazeis bem vossas orações?" "Não muito bem, Senhora", responderam.
Talvez também essa seja nossa resposta. A Virgem Santíssima nos exorta a rezar
diariamente, pela manhã e pela tarde. Vigiai e orai (Mt 26,41). A Virgem lhes
pede no mínimo, um Pai Nosso e uma Ave Maria, mas exorta-os a ir mais além
quando puderem.
Os discípulos de Cristo,
perseverando na oração e louvor a Deus (Atos 2,42), oferecer-se-ão a si mesmos
como hóstia viva, santa e grata a Deus (Rm 12,1), hão de dar testemunho de
Cristo em todo lugar e, a quem lhes pedir, hão de dar também a razão da
esperança que têm na vida eterna (1Pd 3,15) (Conc Vat II, LG, 10).
2. Participação na Santa
Missa: "Durante o verão somente algumas mulheres idosas vão à Missa". A
participação semanal como cristãos na celebração da Missa Dominical é uma
necessidade vital. A Palavra de Deus nutre nossa fé, o contato com Cristo na
fração do pão para um novo mundo é fonte de dinamismo, a comunhão com Seu Corpo
entregue por nós e Seu Sangue derramado nos recorda que devemos estar prontos
para dar nossas vidas pelos outros e então nos fazer participantes, sendo
fortalecidos em Seu Espírito. No coração deste mundo que passa e ao qual estamos
ainda ligados por nossa cegueira e inércia, a Igreja, na celebração da
Eucaristia, compreende e anuncia que o mundo novo, inaugurado por Cristo
ressuscitado, está realmente presente entre nós, e é ncessário que sejamos suas
testemunhas em nossa vida cotidiana, através de nossa conduta individual e como
membros da sociedade. A necessidade eucarística então é fonte de esperança e de
gozo que ninguém nos poderá tirar (Lc 21,14; Jo 13,1; 20,19-26).
3. Recuperar nossa dignidade
agindo como cristãos: "Durante a Quaresma vão ao açougue como cães". Longe de
nos escandalizar, as palavras de Nossa Senhora deveriam transpassar nossas
consciências. Nas Sagradas Escrituras, quando o povo é comparado com cães
significa que este perdeu o sentido de sua dignidade (Fl 3,2; Mt 7,6). O que
fazemos realmente com nossa dignidade de filhos de Deus, quando desperdiçamos o
alimento, quando menostrezamos os bens de que talvez outros necessitem? Para
recuperar nossa dignidade devemos nos dar conta de que não só de pão vive o
homem e que os esforços necessários que fizermos para compartilhar nossas
bênçãos com os outros nos põe em comunhão com o Filho de Deus, de Quem procede
nossa dignidade. "Em verdade vos digo que o que fizerdes a um destes irmãos mais
pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25,40).
Todo ano se nos apresenta o
maravilhoso testemunho dado por Jesus durante sua Paixão (1Tm 6) e é uma
recordação de que nunca devemos "vender" nossa dignidade. O poder da
ressurreição está entre nós, obrande e fazendo-nos filhos de Deus. Então não
pode haver nada que nos comprometa com a falsidade, a injustiça, o dinheiro ou o
poder. Não vivamos como cães mas que todo o nosso ser e nossos bens estejam à
disposição do Pai, custe o que custar.
Na fazenda de "Coins" (Jr
23,24; Os 6,1; Mt 28,20; Lc 24,29; 2Cor 6,16).
A Bela Senhora faz menção, a
Maximino, de um evento aparentemente sem importância. Um pequeno gesto e uma
observação que seu pai havia feito. Por muito tempo o senhor Giraude não ia à
igreja e era realmente indiferente à religião. Quando em 20 de setembro ouviu o
relato da Aparição, sua reação foi proibir seu filho de dizer novamente essas
histórias sem sentido. Dias mais tarde, aborrecido pelo ir e vir das pessoas
interessadas em fazer perguntas a Maximino, ameaçou-o de duros castigos. "Mas,
papai, Ela me falou de ti", exclamou o menino. Recordou a ele o episódio do
trigo estragado na fazenda de Coins e o pedaço de pão que havia dado a seu filho
de volta a Corps. Assim, como Maximino havia se esquecido do incidente,
igualmente o havia esquecido seu pai. O senhor Giraud se surpreende, pensava que
talvez havia desterrado Deus de sua vida e agora descobre que nem seguer por um
instante Deus deixa de perceber suas esperanças e ansiedades e em particular do
temor de não ter mais pão para dar a seu filho. Essa descoberta será o começo de
uma autêntica conversão que será intensificada mais tarde com a milagrosa cura
de sua asma crônica.
Poderíamos nos perguntar se
realmente estamos conscientes da presença de Deus que nos acompanha a onde quer
que vamos. Quando repartimos o pão, quando o distribuímos entre os faminos, onde
quer que se dê vida, aí o Pai está, pos Ele é a fonte da Vida.
A dimensão Missionária é
urgente (Mt 28,18; Lc10,1; Jo 17,18; 20,21; Rm 10,13).
"Pois bem, meus filhos,
transmitireis isto a todo meu povo". A dimensão missionária é essencial para
todo cristão e Nossa Senhora no-lo recorda. Cristo nosso Senhor veio criar novas
condições de vida, reconciliada com Deus e com o próximo. Devemos dedicar nossa
existência a realizar esta vida de reconciliação neste mundo dividido no qual
nos encontramos. A Reconciliação é a força viva capaz de abrir o futuro a todas
as gentes, renovando assim os laços cortados ou debilitados pelo egoísmo e pelos
temores. Neste mundo onde tantos trabalham, contróem, sofrem e esperam, tenhamos
somente um tipo de obsessão: a obsessão missionária.
São muitos os peregrinos que
se aproximam da Aparição de La Salette e sobem a montanha santa. Todos juntos e
cada um pessoalmente se sente chamado pela Bela Senhor que nos recorda que Deus
"rico em misericórdia" está presente na vida de cada um.
Como não dar atenção diante
de tanta ternura? Como resistir ao pranto incessante daquela que ora e intercede
por nós sem cessar? Ela está junto a nós com sua atenção materna, em cada
detalhe e acontecimento de nossas vidas. Em nossas lutas e penas, em nossas
decisões enossas aflições diárias. Maria Santíssima, fiel à missão recebida no
Calvário, nunca cessa de nos recordar os meios que nos foram dados para
regressar a Seu Filho; pois sem Sua ajuda não poderemos construir nossas vidas
ou nosso mundo. A rejeição de Sua graça traz sérias conseqüências. Maria, nossa
advogada e reconciliadora veio a La Salette recordar-nos esta verdade.
Esquecemo-nos das verdades do
Evangelho e, ao contemplar sua aparição e aprofundar-nos em suas palavras,
devemos mover-nos a responder a seu chamado, aliviando sua dor, e nxugando suas
lágrimas, retornando a Deus com todo o nosso coração, através de Seu Filho Jesus
Cristo, Que é o Caminho, a Verdade e a Vida. O que foi crucificado por nossos
pecados e ressuscitou dentro os mortos para nossa salvação. Jesus, nossa paz e
reconciliação.
NOTA .
http://www.derradeirasgracas.com/4.%20Apari%C3%A7%C3%B5es%20de%20N%20Senhora/Nossa%20Senhora%20de%20La%20Salete.htm